Metro ou luta livre?

Todos os dias apanho o metro para o trabalho. Duas estações apenas separam o meu lar do trabalho. Parece simples...mas na China nada é simples.

De manhã, apesar do metro estar sempre cheio, a viagem é tranquila e sem grandes complicações. A minha estação não tem muito movimento e por isso torna-se fácil ultrapassar as duas portas, a do metro propriamente dita e uma primeira de protecção, dado que todas as estações têm uma parede de vidro que separa os corredores dos carris.

De tarde as coisas complicam-se e não é pouco. A estação é central e tem muito movimento, principalmente em hora de ponta. As pessoas aglomeram-se em frente às diversas portas e tentam, custe o que custar, ficar nos lugares da frente. O pior vem depois. Os Chineses ainda não perceberam que é mais fácil deixar sair as pessoas primeiro e só depois entrar. É vê-los a empurrarem-se para um lado e para o outro, uns a tentar sair e outros a tentar entrar. Apesar de muito irritante e cansativo, chega a ser divertido assistir a esta luta greco-romana todos os dias.

Como referi, apenas percorro duas estações. Mais do que tentar entrar sem ser esmagado, tenho sempre outra preocupação: não me afastar demasiado da porta, sob o risco de não conseguir sair na minha estação. O pânico instala-se em People Square (estação intermédia) quando os Chineses atacam em grupo e me empurram para as profundezas da carruagem.

Até agora, com mais ou menos empurrões tenho sempre conseguido sair no sítio certo, mas está para chegar o dia em só pararei na terceira, quarta ou quinta estação.

O bom tempo está a chegar e com ele os passeios de bicicleta todos os dias para o trabalho. Aí não tenho Chineses a empurrar mas tenho-os a guiar. Venha o diabo e escolha...

Zai jian